Após longo período residindo em Nova York, André Feliciano volta ao circuito brasileiro de arte com a exposição individual “Ecologia Fotográfica”, na Zipper Galeria. A mostra reúne nova produção fotográfica e escultória, cuja narrativa conduz o espectador para as possíveis combinações entre natureza e arte, em uma roupagem lúdica e contemplativa.
“Ecologia Fotográfica” reforça o que há de mais característico na produção de André Feliciano. A literalidade da abordagem do artista traz vida aos novos trabalhos, como na sequência de dez fotografias apresentadas na exposição: os negativos produzidos pelo artista no Prospect Park, em NY, foram revelados à luz de vaga-lumes, não de projetores artificiais.
Como pontua Gisela Gueiros, que assina o texto crítico da mostra, “se, por um lado, máquinas e processos da fotografia ficam antiquados e os cliques se banalizam, os vaga-lumes nos relembram da naturalidade da fotografia. Ela está viva. E, como tudo que é vivo, morre – para renascer diferente”.
Assim, em “Ecologia Fotográfica”, as dinâmicas naturais se misturam aos processos técnicos de produção das imagens e das formas. É o que também acontece no conjunto de esculturas na mostra: das árvores moldadas em bronze e banhadas em nitrato de prata brotam antigas câmeras fotográficas analógicas, que assumem, assim, a simbologia dos frutos.
“Ecologia Fotográfica” fica em cartaz de 15 de agosto a 12 de setembro de 2020.