No dia 5 de setembro, a Zipper Galeria promove a abertura da exposição Perimetrais da artista Ana Holck. No final de setembro haverá o lançamento do catálogo da exposição, com texto crítico de Paulo Sergio Duarte e visita guiada pela exposição. No andar superior, o projeto mensal Zip’Up, traz a exposição Planisfério com obras da artista Marina Camargo. Ambas as exposições se estendem até o dia 11 de outubro.
Na grande sala da galeria, com pé direito de mais de seis metros, serão apresentadas cerca de cinco esculturas da série Torres Armadas, em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 3,0 metros de altura. As obras são inéditas e fazem parte de uma recente pesquisa em que Ana Holck utiliza elementos de concreto pré-moldado.
Para as torres, a artista utilizou moirões de concreto armado unidos por tiras de aço corten. “São obras totalmente abstratas, mas que remetem à arquitetura e à cidade, não apenas pelo uso dos materiais urbanos, como os moirões de concreto, mas também porque alguns trabalhos fazem alusão às obras de engenharia”, explica Ana.
A artista também apresenta uma serie inédita de 25 gravuras em metal intitulada Perimetrais, onde sobrepõe graficamente as sessões dos pilares e vigas do Viaduto da Perimetral, estrutura que deixará de existir na paisagem urbana da cidade do Rio de Janeiro com as obras de revitalização do cais do porto. Como afirma Ana: “Não procurei julgar a demolição, mas apenas constatar esse fato e deixar um rastro da existência dessa enorme estrutura. A concepção dos desenhos vem de uma observação diária no trajeto para o meu atelier na Fabrica Bhering e pelo meu interesse já existente em estruturas, arquitetura e engenharia. Comecei a reparar no desenho da estrutura, e visualizá-la como sucessões de camadas superpostas, de certa forma subvertendo e tirando o peso delas, criando uma aderência entre cada sessão estrutural”.
Ainda fazem parte da exposição seis esculturas inéditas das séries Passarelas-pêndulos, intitulados Cruzamentos, compostos de aço corten, cabos de aço e corpos-de-prova. Corpos-de-prova são pêndulos utilizados em engenharia civil para testar a resistência do concreto. Ana explica que a ideia é subverter a natureza da funcionalidade dessas peças, dando um novo sentido aos materiais utilizados.