Jardim Cético: Rodrigo Cunha

24 Março - 18 Abril 2015

A próxima individual de Rodrigo Cunha, Jardim Cético, inaugura na galeria Zipper Galeria no dia 24 de março, às 19hrs. Nascido e residente em Florianópolis, o artista pesquisa a linguagem da pintura há mais de uma década e possui uma trajetória com diversas exposições individuais e coletivas. Sua pintura se destaca pela exploração de figuras humanas em pequena e média escala que habitam interiores semelhantes a residências permeados por objetos que contribuem com um tom por vezes misterioso às narrativas visuais.

 

Para essa mais nova exposição, o artista apresentará uma nova série de trabalhos que nasceram da tensão entre essa presença humana comentada em suas imagens e paisagens idílicas. Trata-se de um jogo entre essa dicotomia entre cotidiano habitado pelo homem e a natureza que serve como fundo, cenário ou mesmo janela de algumas de suas obras. O que esta entrada da paisagem campestre (por muitas vezes próxima à idéia de Arcádia) por trazer em termos de pintura para sua produção?

 

Para refletir sobre essa inquietude, o artista tem se dedicado à uma pesquisa iconográfica sobre a inserção de temas bucólicos na pintura ocidental, com destaque para as tradicionais reuniões de pequenos grupos humanos a descansar sobre a relva. Corpos nus, livres em um espaço predominantemente natural, reforçam o propósito da busca pela liberdade e até de uma certa licenciosidade carnal. Por fim, também contrastam com o caráter aparentemente urbano dos corpos que se deparam com essas paisagens e com o próprio percurso de Rodrigo Cunha.

 

Entre cidade e campo, urbe e rural, contemporâneo e tradicional, o artista compartilha com o público algumas possibilidades de jardins céticos da sua pureza, mas potentes no que diz respeito à sua circunscrição e recodificação de elementos visuais da história da arte.

 

Sobre o curador

Raphael Fonseca vive e trabalha no Rio de Janeiro. Trabalha como crítico, curador e historiador da arte. É doutorando em Crítica e História da Arte (UERJ), professor do Colégio Pedro II e escreve periodicamente para a revista ArtNexus. Trabalha como curador de exposições e mostras de cinema com destaque para Derek Jarman - cinema é liberdade (Caixa Cultural Recife, 2014); Água molepedra dura (I Bienal do Barro, Caruaru, PE, 2014); Deslize <surfe skate> (Museu de Arte do Rio, 2014); A lua no bolso (Largo das Artes, RJ, 2013) e City as a process (Ural Industrial Biennial, Ekaterinburgo, Rússia, 2012). Atualmente atua como curador-assistente da 10a edição da Bienal do Mercosul, a ser realizada em Porto Alegre, em 2015. Organiza sua produção crítica e curatorial no blog Gabinete de Jerônimo (http://gabinetedejeronimo.blogspot.com).