Em Periscópio, nova exposição que a Zipper Galeria inaugura no dia nove de julho, 25 artistas de diferentes nacionalidades apresentam trabalhos que exploram as novas mídias e suas tangentes a partir de diversas perspectivas e interesses. O título faz referência ao instrumento óptico com o qual é possível enxergar além do campo de visão. De forma similar, as obras selecionadas pelo curador Fernando Velázquez sugerem uma reflexão sobre como o surgimento de novas tecnologias e seus adventos podem gerar outras formas de pensamentos além das tradicionais. Seja pela percepção sensorial, pela construção de conhecimento ou pelas relações sociais transformadas, essas novas técnicas também expandem o campo das artes visuais.
A história da arte evidencia que as mudanças trazidas com o tempo – ora na pintura, na fotografia ou no cinema, por exemplo – não devem ser vistas como uma quebra, mas como um processo mais amplo. Toda nova mídia se molda como um decalque de alguma ou diversas mídias precedentes, conquistando lentamente sua autonomia técnica e discursiva. O corpo de trabalhos e processos apresentados em Periscópio parte da premissa de que estamos atravessando um destes períodos de transição estimulado pelas tecnologias digitais.
Em diferentes linguagens, os trabalhos contemplados na coletiva atravessam o imaginário contemporâneo, estimulados pelo uso das tecnologias digitais. Entre os artistas que participam da exposição estão a israelense radicada em Nova York Nurit Bar-Shai, que estuda o sistema de comunicação de bactérias e como elas reagem em contato com variadas frequências e ondas sonoras, e a brasileira Anaisa Franco, que traz uma escultura sensitiva desafiando a imaginação pela mistura entre a robótica e a psicologia. Há também um projeto de vídeo-animação de Mike Pelletier e uma escultura de fogo controlada pelo cérebro, assinada pelo mexicano Jaime Lobato.
Artistas participantes
Anaisa Franco, Andrei Thomaz, Astrovandalistas, Gabriel Menotti, Giselle Beiguelman, Guto Nóbrega, Fábia Karklin, Felipe Julian, Fernando Velázquez, Flora Leite, Henrique Roscoe, Herbert Baioco, Julio Parente, Leandro Mendes (Vigas), Lucas Bambozzi, Marcio H Mota, Matheus Leston, Maura Grimaldi, Mike Pelletier, MuepEtmo, Mirella Brandi, Nurit Bar Shai, Ricardo Carioba, Richard Garet, Roberta Carvalho.
Sobre o curador
Fernando Velázquez é artista transdisciplinar. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, performances audiovisuais e imagens geradas com recursos algorítmicos. Na sua pesquisa explora a relação entre Natureza e Cultura colocando em diálogo dois tópicos principais, as capacidades perceptivas do corpo humano e a mediação da realidade por dispositivos técnicos. Se interessa pelo cruzamento da arte com outras áreas do conhecimento como a ciência, a filosofia e a antropologia visual de forma a construir processos e metodologias híbridas. Formação: Mestre em Moda, Arte e Cultura – Faculdade Senac de Moda, São Paulo; Especialização em Vídeo e Tecnologias Digitais on-line/off-line – Mecad, Barcelona, Espanha; Escola Universitária de Musica, Montevidéu, Uruguai. Principais exposições individuais: Reconhecimento de Padrões, MAC Goiás, Goiânia, 2014; Mindscapes, Zipper Galeria, São Paulo, 2012 e Mindscapes, EAC – Espaço de Arte Contemporâneo, Montevidéu-Uruguay, 2011. Principais exposições coletivas: Reinventando o Mundo, Museu da Vale, Vitória-ES, 2013; Emoção Artificial, Bienal de Arte e Tecnologia, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, 2012; WRO Biennale, WRO Art Center, Wroclaw, Polônia; 2011; Bienal de Cerveira, Portugal, 2011 e a 7ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre-RS, 2009. Prêmios: Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística em Artes Visuais, São Paulo, 2010; 8º Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, São Paulo, 2009; Prêmio VIDA 11.0 Artificial, Madri, 2009; Prêmio Mídias Locativas ARTE.MOV, Belo Horozonte-MG, 2009 e Prêmio 2008 Cultura, Madri, 2008.