A Zipper Galeria realiza a primeira individual em São Paulo da artista paraibana radicada em Brasília Iris Helena. Paraísos Fiscais, em cartaz a partir do dia 13 de agosto, reúne um conjunto de trabalhos inéditos que refletem sobre os mecanismos de construção da memória e os processos de documentação e representação no espaço urbano. Com curadoria de Matias Monteiro, a exposição integra o projeto Zip’Up, dedicado a mostras experimentais e propostas curatoriais inéditas.
Na exposição, Iris realiza um novo trabalho com um material extremamente ordinário da vida urbana: comprovantes de pagamento de papel termossensível, tomados por ela como singelos incidentes cromáticos. “O resultado é uma espécie de topografia do descarte, que converte esses tickets em geologias precárias e singelas arquiteturas, novas paisagens potenciais que, longe de buscar redimi-los de sua condição de resíduo, viram pequenos eventos poéticos”, afirma Iris.
A artista aproveita as texturas geradas pelo desgaste do papel e o processo de apagamento de inscrições para investigar noções como registro, documentação ressignificação a partir de um suporte banal do contexto comercial. “A fugacidade programada das informações impressas nestes recibos reforça a condição deles de de resto depreciado de uma transação”, analisa. Paraísos Fiscais fica em cartaz até 10 de setembro.
Sobre a artista
Iris Helena nasceu em João Pessoa, PB, em 1987. Vive e trabalha em Brasília, DF. Seu trabalho explora a paisagem urbana e realiza diálogos entre as imagens de cidades e os suportes onde são impressas. Post-its, marcadores de páginas, cartelas de remédio, cascas de parede, papel higiênico, entre outros materiais, redimensionam as paisagens quando aparecem como matéria-prima de suas instalações. Formação: graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba, PB, e mestre em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília, DF. Principais exposições individuais: Marcadores, Portas Vilaseca Galeria. Rio de Janeiro, RJ, 2015; Caminho por uma rua que passa em muitas cidades, Galeria Archidy Picado - FUNESC. João Pessoa, PB, 2013; Ode à Sena, Sena Madureira, AC, 2012; Notas de Esquecimento, Aliança Francesa. João Pessoa, PB, 2009. Principais exposições coletivas: 61o Salão de Abril, Fortaleza, CE, 2010, II Prêmio EDP nas Artes, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, 2011; City as a Process, II Ural Industrial Biennial of Contemporary Art, Ekaterinburg, Rússia, 2012.
Sobre o curador
Matias Monteiro, doutorando em Arte na Universidade de Brasília, DF, é artista, curador, professor e desenvolve atividades junto a programas educativos em museus e centros culturais. Atuou como Palestrante e Produtor de Conteúdos para o Educativo Bienal da Fundação Bienal de São Paulo; integrou o corpo curatorial do programa RUMOS Itaú Cultural 2011-2013; participou como Consultor Pedagógico do projeto Gente Arteira da CAIXA Cultural Brasília; ministrou cursos em arte contemporânea e participou do desenvolvimento de materiais no contexto do prêmio Energias da Arte (Instituto Tomie Ohtake/Instituto EDP); foi professor do curso de Licenciatura em Artes Plásticas da Faculdade Dulcina de Morais, FADM, e do curso de Bacharelado em Museologia da Universidade de Brasília (FCI/UnB).