Bosque Neural: Janaina Mello Landini

21 Setembro - 1 Novembro 2024

A Zipper Galeria anuncia a nova exposição da artista Janaina Mello Landini, intitulada "Bosque Neural”. Com abertura marcada para 21 de setembro, a mostra estará em cartaz até 1º de novembro, trazendo ao público uma reflexão sobre neurociência e arte, um tema explorado pela artista ao longo de sua carreira.

Inspirada pelas pesquisas do neurocientista Santiago Ramón y Cajal, Janaina propõe uma interpretação artística das paisagens microscópicas do cérebro humano. Ao explorar as conexões invisíveis que existem tanto no cérebro humano quanto na natureza, ela se debruça sobre as complexas redes de sinapses e impulsos nervosos para criar uma série de obras que se assemelham às estruturas neurais e à paisagem de uma floresta.

 

Santiago Ramón y Cajal, considerado o pai da neurociência, no final do século 19, utilizou a técnica de Golgi para observar e desenhar detalhadamente as células cerebrais, revelando pela primeira vez o funcionamento dos "bosques neurais" – uma rede de células que compõem o córtex cerebral. Essa imagem, descrita por Cajal como um "mundo misterioso, fascinante e mágico", serve como a base conceitual para a nova série de trabalhos de Janaina.

 

Seus trabalhos funcionam como lâminas de laboratório, revelando a complexidade da mente humana e a interconexão das unidades celulares que a compõem. Cada obra oferece uma nova perspectiva desse "bosque" interno, que é o ambiente do nosso pensamento e da nossa relação simbiótica com o mundo natural.

 

"Cada trabalho exibe um ângulo diferente de nossa floresta neurológica, na tentativa de captar uma visão panorâmica, mas ao mesmo tempo fracionada, de nosso pensamento." – Ana Carolina Ralston, curadora

 

Em "Bosque Neural", além das telas, são apresentados trabalhos tridimensionais, como esculturas feitas de fios metálicos que parecem flutuar no espaço, sugerindo a leveza das copas das árvores ou a fluidez das sinapses cerebrais.

 

A artista transforma as paisagens microscópicas utilizando sua técnica icônica de Ciclotramas. Desde 2010, as Ciclotramas têm sido uma parte central do seu repertório, e nesta exposição, elas ganham uma nova dimensão, agora representando a complexidade e a beleza do córtex cerebral. As Ciclotramas de Janaina são tramas cíclicas que, a partir de algoritmos matemáticos, se expandem e afunilam, criando uma metáfora visual para a expansão infinita do pensamento e da vida.

 

"Ao olharmos o conjunto de unidades mínimas de nossa mente, descobrimos que elas mimetizam a floresta natural que nos rodeia e da qual somos parte integral e simbiótica." – Ana Carolina Ralston, curadora

 

"Bosque Neural”, além de ser uma exploração visual, é também uma reflexão filosófica sobre a individualidade e o conceito do "um". Esse "um" que a artista evoca não é uma entidade estática, mas sim um ser em constante evolução, moldado tanto pelas complexas redes neurais que regem nossos pensamentos quanto pelas possibilidades emergentes de um mundo cada vez mais gestado pela inteligência artificial. Neste contexto, o "um" se torna uma figura que não apenas pulsa com a vida, mas também com o potencial transformador de uma nova era que está apenas começando a se revelar.