A Zipper Galeria tem o prazer de anunciar “Tudo o que tenta se revelar”, terceira exposição individual da colombiana Adriana Duque na galeria. Na concepção da própria artista, a nova produção materializa alguns de seus arquétipos íntimos, ligados à força da natureza e à delicadeza das formas botânicas. Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra inaugura no dia 13 de agosto, sábado, das 11h às 17h.
Em sua primeira exposição na Zipper – “Íconos” (2014) –, Adriana apresentou trabalhos que estabeleciam relações a pintura holandesa do período Barroco. Depois, em “Renascimento” (2019), as fotografias buscavam um ideal de beleza, estabelecendo um diálogo com a pintura retratual renascentista. Agora, em “Tudo o que tenta se revelar”, as novas princesas retratadas pela artista abandonam suas suntuosas coroas douradas para se enfeitar com sutis membranas de inspiração vegetal, tecidos leves e translúcidos que abrigam pequenos e frágeis fragmentos de uma natureza ainda viva.
Ou seja, mais do que a relações com os movimentos da História da Arte, Adriana Duque volta-se, neste momento, para a concretização de suas concepções íntimas a respeito do mundo que a cerca. “Penso no tecido fino e envolvente de energia que nos liga ao mundo e ao mesmo tempo nos isola desse mundo, nos protege e ao mesmo tempo nos aprisiona, e nos transforma em sujeitos individuais, somos um dentro e através da membrana, um interior vibrante e misterioso que de alguma forma tenta revelar”, ela reflete.
Uma projeção de vídeo no andar superior da galeria é mais um destes indícios: em uma espécie de ritual infantil, uma menina constrói seu próprio jardim de sombras dentro de uma estrutura de luz. A exposição “Tudo o que tenta se relevar” fica em cartaz até 17 de setembro de 2022.
Sobre a artista
O trabalho de Adriana Duque (Manizales, Colômbia, 1968) incita o embate entre a fotografia e a pintura. A artista utiliza a fotografia – e os recursos contemporâneos dedicados a este suporte – para realizar aproximações e releituras da pintura. Sua pesquisa têm se dedicado a retratar crianças rodeadas por uma atmosfera austera, em cenas minuciosamente construídas. Ela tem trabalhos em coleções como Instituto Figueiredo Ferraz de Ribeirão Preto; Museo de Arte Moderno de Medellín, Colombia; e Museu de Arte do Rio (MAR-RJ). Entre suas principais exposições individuais destacam-se: “Iconos”, Zipper Galeria, 2014; "Anthology of an Obsession", Witzenhausen Gallery, Amsterdam, 2014; "The Other Side", Galería el Museo, Bogotá, 2014; "Infantes", Galeria Horrach Moya, Palma de Maiorca, 2010; "Baroque Children", Museo Iglesia Santa Clara, Bogotá, 2009; "De Cuento en Cuento", Museo de Arte Moderno de Medellín, Medelín, 2005. Participou de mostras coletivas em cidades como Paris, Bogotá, e Madri, entre elas "Photoquai - Biennale de Photographie", no Musée du Quai Branly, Paris, em 2013; "Desnudando a Eva". Instituto Cervantes, Madri, 2012; "Topologías: Materias en Tránsito", Casa de la Moneda, Bogota, 2006.
Curadoria: Eder Chiodetto
Eder Chiodetto (1965, SP) é curador de fotografia independente, publisher da editora de fotolivros Fotô Editorial e diretor do centro de estudos Ateliê Fotô. Foi curador de fotografia do MAM-SP entre 2005 e 2021 e mentor do programa Arte na Fotografia, no canal Arte1. É autor dos livros O Lugar do Escritor (Cosac Naify, 2002), Geração 00: A Nova Fotografia Brasileira (Edições Sesc, 2011), Curadoria em Fotografia: da pesquisa à exposição (Ateliê Fotô / Funarte, 2013) entre outros.