A matéria, bruta ou incorpórea, ocupa um papel dominante no trabalho de Felipe Seixas. Materiais industriais, como concreto, aço, asfalto e neón, luzes produzidas a partir de dispositivos digitais gráficos e corpos orgânicos, como o carvão vegetal, são submetidos pelo artista a ordens composicionais em sua investigação formal. E, a partir das características e do posicionamento de cada um dos elementos na estruturação dos trabalhos, o artista estabelece situações dialéticas das quais seu discurso emerge.
Agora em escalas amplificadas, Felipe Seixas realiza sua segunda individual na Zipper. Com curadoria de Douglas de Freitas, a mostra inaugura no dia 13 de abril, às 12h. "Esta produção recente tem uma importância singular porque representa o momento em que constituí um amplo espaço para desenvolver e conceber os trabalhos. Daí a nova dimensão das obras", conta o artista.
A nova série de trabalhos busca extrair o máximo dos materiais. "Meu interesse é inserir dentro da forma a noção dialética entre o que é matéria e o que é imaterial, o que é efêmero e o que tem duração indeterminada", ele afirma. Estabelecendo dicotomias, Felipe Seixas mira o equilíbrio entre o corpóreo e o intangível. Gráficos digitais impalpáveis coexistem com a matéria robusta; elementos que emitem luz se relacionam diretamente com materiais opacos e escuros; líquidos e gases, partículas em justaposições, repousam sobre corpos robustos.
A individual de Felipe Seixas na Zipper segue em cartaz até 4 de maio.
Sobre o curador
É bacharel em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina. Entre 2006-2008 foi estagiário da curadoria de artes visuais do Centro Cultural São Paulo. Desde 2008 trabalha na curadoria de artes visuais do Museu da Cidade de São Paulo, rede de exemplares arquitetônicos tombados pelo patrimônio histórico, onde realizou a performance de Maurício Ianês (2011), as instalações de Tatiana Blass (2011), Lucia Koch (2012), Iran do Espírito Santo (2013), e Felipe Cohen (2013) na Capela do Morumbi; e a instalação de Sandra Cinto (2013), na Casa do Sertanista. Entre 2010 e 2012 foi coordenador do Edital de Arte na Cidade da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que realizou sete projetos de grande escala em espaços públicos. Foi selecionado na Temporada de Projetos 2012 do Paço das Artes (SP) com projeto na categoria Curadoria. A mostra Instável reúne obras de Ana Paula Oliveira, Laura Belém, Laura Vinci, Marcelo Mosqueta, Geórgia Kyriakakis, Maurício Ianês e Marina Weffort. Também em 2012 realizou a curadoria da exposição Película do artista Júnior Suci, na Galeria Virgílio; e em 2013 a curadoria da exposição Jogo de Memória, do artista Reynaldo Candia, no mesmo espaço. Em 2013 foi premiado pela Funarte com curadoria da exposição da artista Carolina Paz a ser realizada em 2014 na Sala Nordeste de Artes Visuais de Recife.