O programa Zip’Up apresenta, a partir de 31 de julho, a exposição “Illusions (ou A persistência retiniana)”, do paulistano Élcio Miazaki. Primeira individual do artista na Zipper Galeria, a mostra reúne trabalhos recentes que convidam o expectador a se confundir: seja pela própria imagem, seja pelo propósito que levou sua materialização, os trabalhos se encarregam de mostrar algo que não é, que figura como engodo, ludíbrio ou aparência.
O ponto de partida de Élcio Miazaki é o mergulho em acervos históricos, a partir dos quais ele busca “reconstituir contextos” e conduzir sua poética. Em sua individual na Zipper, uma caixa de luz controlada por temporizador aciona a atenção do expectador com a frase “Tenha em mente que todos nós somos o produto de uma larga variedade de experiências”. Ou com “Cada um tem necessidades, complexos e recordações, conscientes e subconscientes que lhes são exclusivas”. Aparentemente reconfortantes, os trechos escondem sua origem: foram retirados de manuais de treinamento do Exército brasileiro no período anterior à ditadura militar no país. Outro corpo de trabalhos faz referência às técnicas criadas no século 19 que buscavam “enganar” o cérebro humano, criando impressões de movimento ou formando uma imagem completa a partir de fragmentos de outras figuras. São dispositivos que abordam o fenômeno da retenção da imagem pelo cérebro, por algumas frações de segundo, e que viriam a dar origem ao cinema. “Acreditamos ou não naquilo que constantemente paira diante da nossa visão?O que é ficção E o que é realidade?”, resume o artista. Com curadoria de Shannon Botelho, a exposição “Illusions (ou A persistência retiniana)” fica em cartaz até 21 de agosto de 2021.