A exposição individual Ciclo, primeira de Monica Piloni na Zipper Galeria, se situa em algum ponto entre o corpo e o objeto, a escultura e a instalação, o erotismo e o bizarro. A mostra reúne novos trabalhos da artista que distorcem o corpo humano com desmembramentos, omissões ou multiplicação de elementos, gerando formas não naturais, frequentemente incômodas.
A mostra expressa as permanências e as transformações em curso no trabalho desta artista que tem na representação do corpo o seu ponto de partida. Uma das obras, em especial, representa estes dois estágios: em Gangorra, a maior na exposição, duas figuras humanas se debruçam em cada uma das pontas de uma mesa, que, num ciclo incessante, oscila como uma gangorra. A inserção de objetos cênicos - como um espelho, um livro que se torna um biombo e mobiliários invisíveis - e a concepção instalativa indicam a transição por que o trabalho dela passa.
No campo das permanências, Monica Piloni mantém o processo de ser o modelo vivo em seu trabalho. A partir de moldes produzidos no próprio corpo da artista, a anatomia original é modificada. Resulta, muitas vezes, que aquelas figuras passem a não ser mais identificados como corpos, mas como objetos, por veze seres misteriosos e desconhecidos. "O dado do irreconhecível é algo que me move. Investigo se há um prazer por trás do medo. Meu trabalho depende da reação do público. Eu preciso desta resposta, deste espelho", ela afirma.
A exposição Ciclo inaugura no dia 11 de maio, às 12h, e fica em cartaz até 8 de junho.