A exposição é. é. é da artista Manoela Medeiros, apresenta instalações, vídeos, monotipias e performances que provocam um encontro entre corpo e espaço. Com curadoria de Maria Catarina Duncan, os trabalhos dessa exposição incitam um dialogo sobre o conceito de pele como limite e possibilidade, membrana permeável.
Ao assistir o movimento da luz do sol no espaço, a artista se propõe a escavar a parede, na tentativa de demarcar um espaço em constante movimento. O público é convidado a assistir a passagem de luz sobre a escavação como um filme projetado, em sessões sugeridas. Em um trabalho de vídeo, Manoela se aproxima de uma parede com um balão entre seu corpo e o espaço, pressionando até que o ar esvazie. Ao longo da exposição haverá performances inéditas, em que a relação da artista com o espaço está sempre em conversa.
Os sujeitos que protagonizam esse trajeto tem dois corpos; um corpo é corpo, o outro corpo é espaço. Esses corpos estão atravessados pelo tempo que passa em ritmo marcado e se desdobra em ainda-presente e já-passado.
"A artista se movimenta em relação as paredes que a abrigam, corpo e espaço em uma constante tentativa de aproximação. O espaço provoca o corpo ou é o corpo que responde ao espaço? Tudo é relação - espaço é sujeito. Cria-se assim uma troca mútua em um jogo sem final."- enfatiza Maria Catarina Duncan.
Fazem parte deste jogo, o espaço onde estamos, o corpo que habitamos, os segundos que passam. Ao tentar traduzir esses estados, algo se perde. E tratando-se de uma matéria prima tão efêmera, o resultado é, enfim, sempre flexível e contingente.
Sobre a artista
Manoela Medeiros é nascida, vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Estudou na École Des Beaux Arts em Paris e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde participa do programa Práticas Artísticas Contemporâneas Nível II. Formou-se na PUC-Rio e posteriormente estudou fotografia na universidade IADE-Creativy University, em Lisboa. Tendo a presença e entrega do corpo como instrumento no processo de sua pesquisa, a artista busca tatear abstrações através de questionamentos em torno do tempo e espaço, vazio e invisível. Já apresentou seu trabalho no Palácio do Quintela (Lisboa,2014) e no Abre Alas na galeria A Gentil Carioca (RJ,2015). Atualmente apresenta uma exposição individual, Instruções Para Construção de Uma Ruína na Casa Mata (RJ,2015) e integra a exposição coletiva A Mão Negativa no Parque Lage com curadoria de Bernardo de Souza (RJ, 2015). Apresentará sua performance Lugar do Ar na mostra Verbo, Galeria Vermelho (SP,2015).
Sobre a curadora
Maria Catarina Duncan é nascida no Rio de Janeiro, mas vive e trabalha em São Paulo. Estudou produção cultural na FAAP, (São Paulo, 2011). É formada em história da arte e filosofia pela Goldsmiths College, University of London (Londres, 2011-2014). Participou como curadora da residência Lastro - Centro América na Guatemala, organizada por Beatriz Lemos. É assistente do curador Jochen Volz, com quem trabalhou na exposição Terra Comunal Marina Abramovic no Sesc Pompéia (São Paulo, 2014) e na 32a Bienal de São Paulo. Foi assistente curatorial do "Pivô Arte e Pesquisa", espaço cultural sem fins lucrativos (São Paulo, 2014-2015). Produziu a exposição Alter-Heróis no MAC - USP Ibirapuera com curadoria de Maria do Carmo Pontes e Daniela Capelato (São Paulo, 2014). Em Londres, trabalhou para a galeria Sprüth Magers (2013) e South London Gallery (2012). Fez produção e assistência de curadoria para Marcello Dantas na mostra Still Being do artista Antony Gormley realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro, 2012).