Dia das Crianças: 4 atividades educativas inspiradas em obras de artistas da Zipper Galeria

Solte a imaginação e a criatividade tendo como referência os processos criativos de Flávia Junqueira; André Feliciano; Celina Portella; Janaina Mello Landini
October 9, 2024
Vista da exposição Bosque Neural na Zipper Galeria. Créditos: Gui Gomes
Vista da exposição Bosque Neural na Zipper Galeria. Créditos: Gui Gomes


Tendo como gancho o Dia das Crianças, que se realiza no próximo sábado, dia 12 de outubro, preparamos quatro atividades lúdicas inspiradas nas obras de grandes artistas da Zipper Galeria. Você poderá criar uma instalação de balões coloridos como Flávia Junqueira, montar um lanchinho fotográfico com André Feliciano, explorar autorretratos interagindo com o espaço ao redor como Celina Portella, e torcer barbantes e arames para criar raízes e galhos com Janaina Mello Landini. 


Conteúdo do artigo:

 


Crie uma instalação de balões – com Flávia Junqueira

Flávia Junqueira, Château de Fontainebleau #2, 1137

 

Materiais necessários:

-Bexigas
-Fita crepe
-Tesoura sem ponta
-Câmera fotográfica ou materiais para desenho

 

Para criar suas icônicas fotografias encenadas com balões coloridos, a primeira coisa que Flávia Junqueira precisa fazer é: escolher o local ideal para ser o fundo de seu cenário. A artista costuma escolher prédios históricos, como teatros e salas de ópera, mas você pode escolher o cômodo de sua casa que você mais gostar. Em seguida, ela enche diversos balões com gás hélio, mas na nossa atividade usaremos nosso fôlego para enchê-los. Lembre-se de pensar na paleta de cores das bexigas: elas podem ser uma de cada cor, monocromáticas, ou ainda em “tom sobre tom” – por exemplo, azuis claros e escuros. 

 

Depois de já ter uma boa quantidade de bexigas cheias e amarradas, é hora de posicioná-las pelo espaço. Como os balões da artista são enchidos com gás hélio, ela os amarra com um cordão nas cadeiras e suportes espalhados pelo ambiente, e eles ficam suspensos no ar. Mas nós podemos usar pedaços de fita adesiva para colar cada um nas paredes e móveis. Neste momento, é importante você definir qual será o ponto de vista de onde você fará o registro da cena, e a partir dali ir conferindo a melhor composição dos balões para que eles ocupem diferentes alturas e nenhum fique escondido. 


Tudo pronto? É hora do registro! Com um celular ou câmera fotográfica, tire uma foto da sua cena, ou se preferir faça um desenho bem caprichado. Não se preocupe em conseguir a imagem perfeita no primeiro clique ou no primeiro rascunho. A própria artista faz diversos testes antes da imagem final, porque, por se tratarem de balões suspensos, muitas vezes algum vento pode mexê-los do lugar e mudar sua composição. Aqui é importante treinar a paciência e a atenção aos detalhes. 

 

Lanchinho fotográfico – com André Feliciano 

André Feliciano, Jantar para Philippe Dubois, 2023

 

Materiais necessários:
-Gelatina comestível (pode ser caseira ou comprado)
-Chantilly
-Frutas picadas para decoração
-Facas de plástico (seguras para crianças) ou espátulas para modelar
-Prato grande para servir e montar

 

André Feliciano é um artista conhecido por integrar diferentes objetos em formato de câmera em suas instalações. Para isso, ele tem moldes e materiais específicos, mas nós vamos usar nossa criatividade e adaptar o processo do artista para transformar uma gelatina em algo visualmente lúdico. Para te orientar nesse processo, você pode imprimir uma imagem de uma obra de Feliciano para ter uma referência imagética.

Com ajuda de um adulto, prepare uma gelatina, seguindo as instruções do pacote. Você pode fazer de várias cores para tornar a atividade mais colorida e divertida. Despeje a gelatina em recipientes retangulares ou quadrados – eles serão o "corpo" da câmera. Deixe na geladeira até que a gelatina endureça bem (cerca de 2 a 3 horas).

 

Quando a gelatina estiver pronta, retire-a da geladeira e a desenforme nos pratos. Com facas de plástico ou colheres, você pode moldar as beiradas dela. A partir daí, a criação é mais livre, dependendo da sua imaginação e inventividade. Você pode, por exemplo, usar copinhos ou tampinhas redondas para cortar pedaços da gelatina e criar a “lente” da câmera. Com pedaços de frutas você pode criar detalhes como botões e flash, e colá-los com chantilly.

 

Em suas obras em formatos de câmera, André Feliciano sugere que o alimento possa nos fotografar de volta. Nesse sentido, vale separar um momento para fazer poses e imaginar que essa câmera de gelatina está te registrando e registrá-las de volta. Registros feitos? Então chegou talvez o momento mais esperado: saborear esta arte. 

 

Autorretratos interagindo com o espaço ao redor – com Celina Portella

Foto-pinturas, 2018 - Celina Portella 

 

Materiais necessários:
-Câmera fotográfica
-Folhas de sulfite
-Impressora ou materiais para desenho
-Fita adesiva
-Tesoura sem ponta

 

Antes de colocar a mão na massa, observe as paredes onde você vai fixar seus trabalhos finais e imagine possíveis poses para fazer em interação com ela. Como seria segurar a quina da parede? Que pose você faria para empurrar uma porta se você fosse bem uma criança bem pequenininha? Como seria se você se deitasse sobre uma prateleira ou sobre um relógio de parede redondo? 

 

Depois desse exercício de imaginação, é hora de registrar! Escolha um cenário com poucos elementos ao seu redor – de preferência, uma parede lisa –, pense em cada ideia, faça as poses pausadamente e, com a ajuda de um colega, registre-as em fotografias. Em seguida, você pode imprimir essas fotos ou passá-las para o desenho. 

 

Celina Portella, Oco 1, 2018

 

Com as imagens em mãos, coloque fitas adesivas no verso dos papéis, e fixe-os sobre as superfícies escolhidas. Após a colagem, observe como seus autorretratos “saem” da moldura bidimensional e se conectam com o espaço ao redor. Se desejar, você pode trocar as posições das fotos ou desenhos para criar novos cenários e interações.

 

Criando raízes e galhos – com Janaina Mello Landini

Vista da exposição “Aqui, agora”, de 2019, da artista Janaina Mello Landini


Materiais necessários:

-Barbante
-Folhas canson ou telas
-Cola líquida
-Tesoura sem ponta
-Arames
-Nylon

 

Inspirada nas obras de Janaina Mello Landini, que está com uma exposição, chamada Bosque Neural, em cartaz na Zipper Galeria até o dia 1º de novembro, nessa atividade vamos explorar formas orgânicas utilizando arames e barbantes. Para começar a nossa primeira opção de atividade, corte longos pedaços de barbante (cerca de uns 50 cm). Você pode usar alguns barbantes coloridos ou colori-los artesanalmente. Se optar pela segunda opção, você vai precisar de corante para tecido (que pode ser comprado em lojas de artesanato ou papelarias) e água quente. Primeiro, escolha a cor que você mais gosta. Depois, encha um recipiente com água quente, adicione o corante e misture bem. Mergulhe o barbante na água e deixe ele lá por alguns minutos, até que fique bem colorido. Quanto mais tempo deixar, mais forte será a cor! Depois, tire o barbante, e deixe secar bem antes de usar na sua obra. 


Com os fios de barbantes já cortados e coloridos, pegue alguns e torça-os juntos para que eles fiquem mais grossos e fortes. Depois, posicione-os sobre um papel ou tela, formando desenhos de galhos e raízes. Quando se agradar da imagem, cole todos com um pouquinho de cola líquida.


Se você preferir fazer raízes tridimensionais, podemos usar arames. O processo é parecido: basta torcer alguns fiozinhos de arame e ir moldando-os para formar galhos. Quando terminar, você pode amarrar um fio de nylon para pendurar essas esculturas em algum objeto alto de sua casa, como se estivessem flutuando no espaço.