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O que são as feiras de arte hoje em dia?
Feiras de arte são eventos que costumam acontecer anualmente, entre 4 e 5 dias, com foco em intensificar as comercializações de obras contemporâneas e modernas. Ou seja, mesmo que sejam ótimos programas culturais e que, hoje em dia, haja uma ascensão de pequenas mostras inseridas no evento, os objetivos centrais são concentrados nas vendas. Mas é justamente a ocorrência destas feiras que movimenta toda a cena artística, impulsiona diversas aberturas de exposições e eventos paralelos, tanto no período prévio, quanto durante sua realização, na cidade que a recebe.
E a proposta se mantém potente pelo mundo todo: de acordo com o UBS Global Art Market Report de 2019, existem cerca de 300 feiras de arte espalhadas por aí. Não à toa, o termo fairtigue – junção entre as palavras “feira” e “fadiga” em inglês – foi criado para indicar a exaustão causada por participar ou expor em tantas feiras.
Divulgação/SP–Arte
Entre as principais estão a Art Basel, que acontece na Basiléia, Hong Kong, Miami e Paris; e a Frieze Art Fair, que acontece em Londres, Los Angeles, Nova York e Seul. Já em território nacional, ainda que tenhamos galerias em quase todos os estados do Brasil, as feiras ocorrem quase que exclusivamente no eixo Rio-São Paulo, com exceção da ArtPe, a única feira de arte contemporânea em Recife, inaugurada ano passado. A SP-Arte, que ocorre desde 2005, consolidou-se como a maior da América Latina e promove as edições SP-Foto e Rotas Brasileiras. Outra de grande evidência é a ArtRio, que acontece há 11 anos e promoveu a ArtSampa no ano passado, mas optou por não realizar a segunda edição neste ano. Vale destacar também a ArPA, que já realizou duas edições bastante prestigiadas no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Vista da feira ArPa. Foto: Vic Von Poser
Art Cologne: a primeira feira de arte da história
No século XX começaram a surgir algumas feiras voltadas especificamente para o comércio de obras de arte, como a 57th Street Art Fair em Chicago e a Ann Arbor Art Fairs em Michigan, nas quais os próprios artistas comercializavam seus trabalhos diretamente ao público. Mas o primeiro evento que aconteceu dentro dos moldes que conhecemos hoje, ou seja, com as vendas intermediadas pelas galerias, surgiu em 1967, em Colônia, na Alemanha. Acontece que, naquela década, cidades como Paris, Bolonha e Colônia, tinham uma quantidade relativamente alta de colecionadores, mas o comércio por meio das galerias era limitado e estava estagnado.
Assim, a Art Cologne surgiu como uma tentativa de reaquecer o mercado europeu, que havia afastado importantes compradores estadunidenses – muitos dos quais eram judeus – depois da Segunda Guerra. A iniciativa foi encabeçada pelos marchands Rudolf Zwirner e Hein Stünke, que escolheram a cidade de Colônia porque ela tinha o aeroporto internacional, com voo direto para Nova York, e tinha acabado de inaugurar um grande museu, que conhecemos hoje como Ludwig Museum.
Divulgação/Art Cologne
Obviamente, desde a primeira edição da Art Cologne – que segue atuante e forte até hoje –, as feiras de arte foram moldadas pela história e passaram por uma série de transformações. Cada vez mais internacionais, elas cresceram, se expandiram e agregaram tecnologia à seu benefício. A exemplo disso, as viewrooms – ou salas de visualização virtual – se tornaram parte integrante do cenário das feiras de arte atual. Elas têm desempenhado um papel cada vez mais relevante por possibilitarem mais acessibilidade global, especialmente considerando os períodos de auge da pandemia de COVID-19, que impôs diversas restrições.
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