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Como Giovani Caramello se descobriu artista?
“Sozinho”, 2013, Giovani Caramello
Giovanni Caramello, artista da região metropolitana de São Paulo, Santo André, encontrou, logo cedo, suas primeiras inspirações artísticas dentro de casa. Durante toda a infância, ele cresceu vendo sua mãe pintando, desenhando e, inclusive, confeccionando tapeçarias. Em suas mãos, nunca faltaram telas, giz, carvão e outros materiais para desenho, mas a escultura chegou inusitadamente mais tarde.
Ainda quando estava no colégio, Caramello descobriu que existia um mercado recente, mas promissor, na área de modelagem 3D e efeitos visuais para produção de filmes, séries e games. Depois de fazer um curso técnico na área, aos 18 anos de idade, foi trabalhar em um estúdio de animação que reunia grandes nomes de destaque do mercado brasileiro.
Foi, então, a partir desse ambiente que o artista conheceu o escultor Cícero D’Ávila e descobriu sua paixão pela linguagem. Bastou poucos meses de aula com o mestre para decidir mudar de área e adentrar o circuito artístico. Outra figura influente e decisiva nesta transição, foi o escultor Israel Kislansky, com o qual Caramello teve contato pelo curso de fundição artística.
Como é o processo de criação de suas esculturas?
Você já deve ter tido curiosidade de entender como as esculturas tão detalhistas de Giovani Caramello são feitas, não é mesmo? Hoje em dia, seu processo de trabalho é baseado em diferentes etapas que podem levar semanas de produção. Primeiro, ele começa no papel, rabiscando ideias inspiradas em imagens da internet ou pessoas de sua convivência, que geram um esboço da escultura em escala bastante reduzida. Com o desenho escaneado, ele parte para o trabalho em 3D para adicionar detalhes e imprime em filamento já em tamanho real. Em seguida, o artista modela com plastilina por cima desta base e cria mais texturas. Feito tudo isso, ele já pode fazer o molde da peça e suas tiragens com resina ou outros materiais. Só então, ele passa para a pintura manual de peça a peça.
Quais as poéticas envoltas no trabalho de Giovani Caramello?
“Ready-made”, 2020, Giovani Caramello
Suas pesquisas poéticas circundam as emoções e, a priori, partem de suas vivências próprias, mas são apresentados sob uma perspectiva ampliada para o campo da universalidade humana. Solidão, angústia e melancolia estão bastante presentes no corpo de obra do artista e evidenciados nos títulos adotados, como “Onde habitam meus demônios” (2022); “Sozinho” (2013); “Ansiedade” (2013).
Ainda que se baseie em figuras humanas, apoiado em técnicas hiper-realistas, o escultor nunca tem a intenção de confundir o espectador com obras que pareçam “pessoas reais”, pelo contrário, ele sempre as estiliza beirando a linguagem da ilustração e brincando com escalas muito menores ou muito maiores do que a humana real.
Sem se ater a contextualizar seus personagens por meio de cenários ou diálogos com outras figuras, Caramello cria narrativas complexas de introspecção, tendo como chave as expressões faciais, sobretudo o olhar de suas criaturas.
“Onde habitam meus demônios”, 2022, Giovani Caramello
Visite a Zipper
Se você gostou de saber mais sobre a produção de Giovani Caramello, aproveite para nos visitar e conferir estes e outros trabalhos de artistas representados pela Zipper.
Serviço:
Zipper Galeria
Funcionamento: Segunda a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 17h.
Endereço: R. Estados Unidos, 1494, Jardim América, São Paulo - SP