Para dar sequência à apresentação de bastidores criativos dos artistas representados pela Zipper, trouxemos, dessa vez, André Feliciano. Também conhecido como jardineiro-de-arte, o artista produz obras lúdicas, entendendo a fotografia como experiência criativa acessível ao público.
Conteúdo do artigo:
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Como o artista começou
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Como são criadas as obras de Feliciano
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Exposição “Fotografe para ver” no Farol Santander
Ao longo da vida de Feliciano, nunca faltou referências artísticas. Filho de um fotógrafo e uma mãe arteterapeuta, ele veio traçar passos próximos aos dos pais. Mas, aparentemente, a influência mais marcante veio do lado paterno, visto que hoje sua produção tem o próprio objeto da câmera fotográfica como ícone que perpassa diferentes fases de sua produção e pesquisa. No início, o interesse era pelos fotogramas – imagens impressas quimicamente no filme cinematográfico – coloridos, os quais ele registrava das mais diversas formas, seja com luz direta, seja com a luz de vagalumes, ou ainda outras experimentações. Depois passou a incorporar o desenho e, logo após, a levar as figurações para o campo tridimensional.
André Feliciano. Detalhe de obra: Árvore fotográfica, 2022.
Se você já se deparou pessoalmente com as obras de Feliciano, talvez, num primeiro momento, você possa ter se sentido vigiado pelas milhares de câmeras presentes em um único trabalho. Mas muito rapidamente essa sensação se dissipa devido a aura lúdica entonada pelas cores vibrantes, pelas materialidades e pelos pequenos formatos. Ao contrário das câmeras fotográficas utilitárias, as do artista não podem registrar imagens e, portanto, são desprovidas de caráter avaliativo ou até mesmo julgador.
Hoje em dia, seus trabalhos mais conhecidos relacionam as figuras da botânica e da câmera fotográfica. O artista parte desses elementos vivos como árvores, plantas e flores para os eternizar em uma fundição de bronze e depois os devolve o florescimento com pequenas câmeras fotográficas feitas em resina. Assim o artista brinca com as contradições das câmeras que não fotografam, da natureza artificial e sem vida, mas que é eternizada na arte.
Vista da exposição Fotografe para ver no Farol Santander
Você pode conhecer mais de perto essa produção visitando a mostra “Fotografe para ver” no Farol Santander, em São Paulo. A individual reúne imagens e instalações de André Feliciano divididas em três ambientes. No primeiro, o artista apresenta algumas de suas experimentações em fotogramas feitos com a luz de vagalumes. O segundo dá nome à exposição e convida o público a adentrar uma sala escura onde só se pode ver as obras acendendo o flash do celular. E por último, uma sala educativa para todas as idades inspirada nas produções apresentadas.
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Serviço:
Data: De 14 de outubro a 26 de março de 2023
Funcionamento: De terça a domingo, das 09h às 20h
Endereço: R. João Brícola, 26 - Centro, São Paulo - SP
Ingresso: R$30