
Extra, extra! Mais uma edição do Zipper News chega para te atualizar sobre algumas notícias do circuito de arte que chamaram atenção no último mês e podem ter escapado do seu radar, além de indicar cinco exposições que nossos artistas representados estão participando.
Conteúdo do artigo:
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Mulher da Grã-Bretanha se recusa a devolver pintura italiana do século XVI roubada
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Político francês pede que estadunidenses devolvam a Estátua da Liberdade
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Condenações no caso do roubo do vaso sanitário de ouro de Maurizio Cattelan
Mulher da Grã-Bretanha se recusa a devolver pintura italiana do século XVI roubada
A Madonna and Child de Solario está nas listas de "mais procurados" da Interpol e da polícia italiana. Foto: Art Recovery International
A pintura renascentista “Madonna e o Menino”, de Antonio Solario, roubada do Museu Cívico de Belluno, Itália, em 1973, ressurgiu no Reino Unido em meio a uma disputa de propriedade. Atualmente sob posse de Barbara de Dozsa, residente em Norfolk, a obra foi adquirida pelo seu falecido marido, o Barão de Dozsa, no mesmo ano do roubo, alegadamente, de boa-fé. O casal manteve a pintura em sua residência, East Barsham Manor, até o divórcio.
Em 2017, ao tentar leiloar a peça, De Dozsa foi informada de que a obra constava nas listas de arte roubada da Interpol e da polícia italiana. Apesar disso, ela reivindica a propriedade com base na Lei de Limitação de 1980 do Reino Unido, que permite a posse legal de um bem após seis anos, desde que o comprador não tenha ligação com o crime original.
O advogado especializado em arte que atua no caso, Christopher Marinello, argumenta que, moralmente, a pintura deveria ser devolvida ao povo de Belluno. Porém, De Dozsa insiste em ser compensada pelo valor total da obra, estimado entre 60 mil e 80 mil euros, recusando ofertas de reembolso apenas dos custos legais. Por outro lado, especialistas alertam que, devido ao histórico de roubo, qualquer tentativa de venda ou transporte da pintura resultaria em sua apreensão imediata.
Político francês pede que estadunidenses devolvam a Estátua da Liberdade
A Estátua da Liberdade fica no Porto de Nova York na neve. Foto: Spencer Platt/Getty Images.
O francês Raphaël Glucksmann, membro do Parlamento Europeu e copresidente do partido Public Place, sugeriu aos Estados Unidos que devolvam a Estátua da Liberdade à França, argumentando que as atuais políticas americanas contradizem os valores que o monumento simboliza. Glucksmann criticou a administração do presidente Donald Trump por, segundo ele, alinhar-se a regimes autoritários e desrespeitar a liberdade científica. Em resposta, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, rejeitou a sugestão, afirmando que a França deveria ser grata aos Estados Unidos por seu papel na libertação francesa durante a Segunda Guerra Mundial.
Criada pelo artista francês Frédéric Auguste Bartholdi (1834–1904) e inaugurada em 1886 na Ilha Liberty, em Nova York, a estátua foi um presente da França aos Estados Unidos para celebrar o centenário da independência americana e reforçar os laços entre as duas nações. O projeto monumental contou com a colaboração de Gustave Eiffel, o engenheiro responsável pela estrutura interna que sustenta o revestimento de cobre moldado por Bartholdi. Reconhecida como um símbolo de liberdade e acolhimento, a estátua foi enviada para os Estados Unidos em 1885 e remontada em sua localização atual no ano seguinte.
Apesar das críticas de Glucksmann, não há indicações de que a França fará um pedido oficial para a devolução do monumento.
Condenados os responsáveis pelo roubo do vaso sanitário de ouro de Maurizio Cattelan
Obra em ouro 18 quilates, do artista conceitual italiano Maurizio Cattelan, no Palácio de Blenheim, em Oxfordshire, Inglaterra, antes de desaparecer. Foto: Tom Lindboe, via Blenheim Art Foundation
Em setembro de 2019, a obra de ouro maciço “America”, de Maurizio Cattelan, avaliada em US$6 milhões, foi roubada em menos de cinco minutos durante uma exposição no Palácio de Blenheim, no Reino Unido.A remoção da escultura em forma de vaso sanitário, que estava conectada ao sistema hidráulico do palácio, causou danos estruturais e inundação no local.
Investigações subsequentes levaram à prisão de quatro homens em novembro de 2023. Recentemente, em março de 2025, após um julgamento de três semanas na Corte de Oxford, Michael Jones, de 39 anos, foi condenado por roubo, enquanto Frederick Doe, de 36 anos, foi considerado culpado por conspiração para converter ou transferir propriedade criminosa. Um terceiro acusado, Bora Guccuk, de 41 anos, foi absolvido. Até o momento, a escultura não foi recuperada e as autoridades acreditam que a peça tenha sido desmontada e vendida em partes.
Cinco exposições de artistas da Zipper Galeria pelo mundo
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Felipe Goes | em São Paulo
O artista participa da coletiva “A memória é uma paisagem contemplada de um comboio em movimento”, com curadoria de Mario Gioia, na Galeria Izabel Pinheiro, Santa Cecília. A mostra, em cartaz até o dia 26 de abril, reúne cerca de vinte artistas que reinventam o histórico gênero da paisagem na contemporaneidade.
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André Feliciano | em São Paulo
Feliciano integra “Perder de vista”, exposição organizada pela Gisela Projects, no espaço Taller Zaragoza, no Jardim Europa. Com curadoria de Lucas Alberto, a coletiva versa como a “crise da atenção” influencia o olhar e a visualidade nos tempos atuais.
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Laura Villarosa | em São Paulo
Com projeto organizado pela Porto a Porto e curadoria de Fabiano Fernandes, a exposição “Paralelas SP” aconteceu na Casa Ondina com obras de 36 artistas – incluindo uma peça têxtil de Villarosa – exibidas até 05 de abril.
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Ana Holck | Rio de Janeiro
O espaço carioca da galeria Cavalo, em Botafogo, sedia a exposição “Canteiros” com trabalhos de 13 artistas, em cartaz até dia 19 de abril. A exposição, onde Ana Holck participa como curadora e também como artista, traça uma analogia entre ateliê e canteiro de obras.
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Ana Holck e Janaina Mello Landini | em Paris
A partir do dia 15 de maio, até 7 de junho, a galeria Amélie du Chalard, em Paris, apresenta a exposição “Entre elas”, em colaboração com Maria do Mar Guinle e France Germani. A mostra apresentará obras de seis artistas, incluindo das brasileiras Ana Holck e Janaina Mello Landini.