
A Zipper Galeria anuncia a participação do artista João Castilho na exposição “Quando atitudes se tornam escola”, uma homenagem aos 80 anos da Escola Guignard, em Belo Horizonte. A exposição, que acontece no Palácio das Artes de 6 de fevereiro a 23 de março de 2025, reúne mais de 90 obras de artistas de todas as gerações que passaram pela instituição.
Ruído Branco
O trabalho de João Castilho, "Ruído Branco" (2023), é uma fotocolagem analógica. Com 120 x 120 cm, a peça investiga o impacto do “ruído” na percepção visual, usando sobreposições de imagens que, juntas, geram uma sensação de interferência e distorção, como um som que "desafina" a percepção do espectador.
Castilho, que tem um vasto trabalho no campo da fotografia, da colagem e do vídeo, traz um olhar sobre a fragmentação e a montagem, características essenciais de seu trabalho. Sua obra, mais uma vez, dialoga com a ideia de “ruído” – não apenas como um distúrbio, mas como uma possibilidade criativa e transformadora.
A Exposição
A mostra, curada por Júlio Martins, busca explorar o legado da Escola Guignard desde sua fundação até os dias de hoje, com uma curadoria que respeita a diversidade das gerações e a pluralidade de linguagens que a escola sempre incentivou.
A exposição será dividida em duas estações:
Estação 1: Focada na origem da escola, com destaque para o espaço que abrigava o antigo ateliê da Escola Guignard, ainda em sua primeira sede. Este espaço foi palco das aulas de Alberto da Veiga Guignard, seu fundador, e outras figuras icônicas da arte mineira.
Estação 2: Esta segunda parte da exposição reúne obras de artistas que marcaram diferentes períodos da escola, como professores, ex-alunos e até alunos atuais, permitindo uma conversa entre diferentes gerações. Aqui, o público será convidado a perceber como as influências de Guignard se transformaram ao longo do tempo, absorvendo as demandas da arte contemporânea.
A Escola Guignard
Criada em 1944 por Juscelino Kubitschek, a Escola Guignard sempre foi conhecida por seu método inovador de ensino, que se distanciava do academicismo tradicional. Seu foco sempre foi a “educação do olhar”, permitindo que cada artista encontrasse sua própria linguagem e expressão.
Guignard acreditava que a arte deveria ser livre, sem os limites impostos pela rigidez das escolas tradicionais. Essa liberdade se reflete nas obras que compõem a exposição, com artistas que, de diferentes maneiras, representam a transição e os desafios da arte moderna para a arte contemporânea no Brasil.
Curadoria de Júlio Martins
Júlio Martins, historiador, curador e professor da Escola Guignard, selecionou obras de mais de 90 artistas que passaram pela instituição ao longo de suas mais de sete décadas de história. Martins destaca que a proposta da curadoria foi evitar hierarquias e preconceitos de qualidade, celebrando as obras como reflexões individuais de seus criadores, sem classificá-las por décadas ou estilos.
Ele aponta que a ideia central da exposição é ressaltar a diversidade de linguagens e expressões que marcaram a evolução da escola. Em suas palavras: “A escola soube conciliar as disciplinas do desenho com as demandas da arte contemporânea, algo essencial para entender como a arte foi se transformando durante esses anos”.
O Palácio das Artes
Localizado no coração de Belo Horizonte, o Palácio das Artes é um dos mais importantes espaços culturais do estado de Minas Gerais. A instituição faz parte do Circuito Liberdade, que reúne 35 equipamentos culturais da cidade e é conhecida por abrigar algumas das mais relevantes manifestações artísticas e culturais do Brasil. O Palácio das Artes, administrado pela Fundação Clóvis Salgado, é um ponto de encontro para amantes da arte e da cultura em Minas Gerais e além.
Programe-se
“Quando atitudes se tornam escola”
Onde: Galerias Arlinda Corrêa Lima, Genesco Murta e Amilcar de Castro, Palácio das Artes, Belo Horizonte
Quando: de 6 de fevereiro a 23 de março de 2025
Horário: Terça a sábado, das 9h30 às 21h, e domingo, das 17h às 21h
Entrada: Gratuita, sem necessidade de retirada de ingressos