Em junho, o circuito de arte foi palco de diversas notícias e discussões em torno de roubo de obra, autenticidade e legitimação, além de questões éticas e sociais. Desde um homem que foi condenado por roubar uma obra de Banksy, alegando ser amigo do famoso grafiteiro, até um fotógrafo desclassificado de um concurso de imagens de IA após submeter uma fotografia real e vencer a competição, recapitule as notícias que movimentaram o mundo das artes neste último mês.
E mais! Programe sua visita às exposições de artistas da Zipper Galeria: Jessica Costa integra uma atual exposição no MAC Niterói, no Rio de Janeiro.
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Homem que alegava ser amigo de Banksy, é condenado por roubar obra do artista
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Retrato do Rei Charles III é rasurado com adesivos por ativistas dos direitos dos animais
Homem que alegava ser amigo de Banksy, é condenado por roubar obra do artista
Obra de Banksy em um outdoor no 3º distrito de Paris, França, 2018. Créditos: Aurelien Morissard / Ip3 / Getty Images
Em 2018, Banksy, o famoso grafiteiro de identidade anônima, desenhou um rato segurando um estilete na parte de trás de uma placa de estacionamento de Paris, perto do Centre Pompidou. No ano seguinte, a obra em questão foi roubada e até hoje permanece desaparecida.
Recentemente, um homem identificado como Mejdi R., de 38 anos, admitiu ter usado uma rebarbadora para remover a parte pintada do outdoor. Ele alegou ser amigo do artista e disse que o próprio teria "encomendado” o roubo para impedir que terceiros lucrassem com a arte pública. No entanto, segundo o promotor, um representante de Banksy negou essas alegações.
O tribunal condenou Mejdi R. a uma pena suspensa de dois anos de prisão, além de uma multa de 30 mil euros e uma indenização de 6.500 euros ao Centre Pompidou, que foi considerado o guardião da obra roubada.
Fotógrafo vence concurso de IA com foto “real”
FLAMINGONE, de Miles Astray. Cortesia do Artista
O fotógrafo canadense Miles Astray submeteu sua fotografia "FLAMINGONE", capturada em uma praia de Aruba, ao concurso 1839 Photography Awards, destinado a imagens geradas por Inteligência Artificial, e conquistou o pódio da competição.
A fotografia, que mostra um flamingo com a cabeça curvada para dentro do corpo, inicialmente obteve o primeiro lugar pelo voto popular, além do terceiro lugar na votação do júri, que inclui representantes de renome, como o New York Times, a casa de leilões Christie's e a editora Phaidon. No entanto, quando foi descoberto que o fotógrafo não havia utilizado IA para produzir a peça, ele foi desclassificado.
Astray explicou sua motivação em seu site: "Inscrevi esta foto real na categoria IA do 1839 Awards para provar que o conteúdo feito por humanos não perdeu sua relevância, que a Mãe Natureza e seus intérpretes humanos ainda podem vencer a máquina e que criatividade e emoção são mais do que apenas uma sequência de dígitos.”
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Retrato do Rei Charles III é rasurado com adesivos por ativistas dos direitos dos animais
Imagem: © Animal Rising
Desde sua revelação em maio, o primeiro retrato do Rei Charles III, pintado pelo artista Jonathan Yeo, tem gerado fortes reações e opiniões divididas. Agora em junho, ativistas da Animal Rising, uma organização defensora dos direitos dos animais, colaram adesivos do rosto de Wallace, personagem da animação “Wallace e Gromit”, sobre o rosto do monarca na pintura. Além disso, adicionaram um balão de fala denunciando maus-tratos em fazendas aprovadas pela RSPCA (Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra Animais), instituição da qual Rei Charles III é patrono. No adesivo, lia-se: “Sem queijo, Gromit. Veja toda essa crueldade nas fazendas da RSPCA!”.
A Animal Rising publicou um relatório denunciando o "sofrimento animal e uma crueldade horrível" em várias fazendas cujos produtos possuem o selo RSCPA, que supostamente garante boas práticas para com os animais. O proprietário da Philip Mold Gallery, em Londres, que abriga a pintura, assegurou que não houve nenhum dano à obra.
Obra adquirida em leilão por menos de mil euros, é autenticada como um Degas de 13 milhões
Edgar Degas, Éloge du Maquillage, 1876
Uma obra inicialmente considerada uma falsificação de Edgar Degas, grande nome do impressionismo francês, foi a leilão três anos atrás. O vendedor estava tão convencido de que a obra não era original que a colocou em leilão por um único euro. No entanto, um comprador anônimo arrematou a peça por 926 euros e decidiu encomendar um estudo para confirmar ou descartar sua autenticidade. Para a sorte dele – e angústia do vendedor, o estudo revelou que a obra é, de fato, um legítimo Degas, o que fez com que as estimativas dos especialistas disparassem para 13 milhões de dólares, conforme relatado pelo El Nacional.
A pintura, intitulada “Éloge du maquillage”, foi vista em público pela última vez em 1952, quando foi emprestada por Joan Llonch Salas para uma exposição coletiva na galeria Gaspar de Barcelona.
A história só foi descoberta no último mês, quando a peça foi apresentada ao público no Instituto Francês de Madrid.
Jessica Costa integra exposição no MAC Niterói
Vista da exposição "Os Coloristas Estão Chegando" no MAC Niterói. Cortesia de Jessica Costa
Durante o mês de julho, a artista Jessica Costa, representada pela Zipper Galeria, integra a exposição coletiva "Os Coloristas Estão Chegando" no MAC Niterói, no Rio de Janeiro. Com curadoria de Pedro Marco, a mostra, que poderá ser vista até o dia 15 de setembro de 2024, reúne 12 artistas e explora a tradição colorista ensinada no EAV-Parque Lage. A exposição atualiza essa tradição com o trabalho de diferentes gerações, unidas pelo pensamento da cor no espaço-tempo e pela pluralidade de linguagens associadas ao contexto de cada artista.