Se você já pesquisou sobre o Dia Mundial da Arquitetura, pode ter se deparado com uma divergência de datas: enquanto alguns dizem que o dia é comemorado na primeira segunda-feira do mês de outubro, outros celebram em 1º de julho. Mas por que existe essa confusão? Nós explicamos!
A celebração do Dia Mundial da Arquitetura foi inicialmente estabelecida para lembrar a fundação da União Internacional de Arquitetos (UIA), uma organização não-governamental que representa arquitetos e urbanistas de todo o mundo, em 1º de julho de 1949. Porém, em 1996, a UIA alterou a data da celebração para a primeira segunda-feira de outubro, a fim de coincidir com o Dia Mundial do Habitat, instituído pela ONU em 1986. O desentendimento, portanto, persiste porque muitos países mantiveram a tradição de comemorar o evento na data original de julho.
Seja no meio do ano, ou no segundo semestre, é importante reconhecer a arquitetura como uma força vital no desenvolvimento das cidades e na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Pensando no tanto que arte e arquitetura têm em comum, trouxemos dois artistas representados pela Zipper Galeria que trazem um diálogo entre as duas áreas. Confira!
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Hildebrando de Castro
Hildebrando de Castro, Beaubourg #1, da série Centre Pompidou, 2020
À primeira vista, as obras do artista pernambucano Hildebrando de Castro podem parecer fotografias. Mas, um olhar mais atento às suas composições geométricas e coloridas poderá se surpreender ao perceber que Hildebrando é, na verdade, um pintor. Dedicado à produção artística desde o final da década de 1970, o autodidata é conhecido por um corpo de trabalho de forte vínculo com o construtivismo. Com pinceladas minuciosas, Hildebrando explora a relação entre espaço e forma, atuando nos limites das delimitações que separam o figurativo do abstrato.
A inspiração pelas paisagens arquitetônicas é evidente em sua produção. A exemplo disso, podemos citar a referência às fachadas de brise-soleil do anexo da Câmara dos Deputados nas obras da primeira década dos anos 2000 e o museu parisiense citado em sua série “Centre Pompidou” de 2020.
Ana Holck
Ana Holck, Sem título, 2009
A artista visual carioca Ana Holck, com formação prévia em arquitetura e urbanismo, iniciou sua carreira nas artes visuais em meados de 2000. Inspirada pelo neoconcretismo, movimento que apresentou nomes como Franz Weissmann, Lygia Clark e Lygia Pape, Holck é conhecida por criar esculturas de grande escala e instalações geométricas, que incorporam materiais comuns da construção civil, como policarbonato alveolar, tijolos e blocos de concreto.
Ao incorporar princípios arquitetônicos, a artista propõe uma experiência especulativa sobre o vazio e a espacialidade. Suas obras são descritas como uma "arquitetura sem peso", sugerindo que criam uma sensação de movimento e expansão no espaço. A interação de seus trabalhos com a luz, projetando sombras, contribui para essa sensação.