O artista Ivan Grilo, nascido em 1986, explora a simbologia presente nos silêncios e pausas, em obras que transcendem o visual e tocam em aspectos profundos e muitas vezes invisíveis da existência humana.
A prática da escrita é um elemento central em sua poética, com a literatura servindo como base para muitos de seus trabalhos. Seus textos, geralmente materializados como placas de bronze, também são transformados e incorporados em sua obra, reforçando a ideia de que seu trabalho é uma extensão de si mesmo, exigindo cuidado e atenção, como se fossem parte de um ser frágil.
Grilo também se dedica à recuperação de histórias e memórias esquecidas, especialmente no contexto latino-americano. Através de pesquisas em arquivos, museus e narrativas orais, ele constrói um tecido narrativo onde fatos, lendas e mitos se entrelaçam. Sua obra frequentemente borra os limites das hierarquias convencionais entre fato e ficção, criando narrativas que questionam a própria natureza da verdade histórica.
A obra de Grilo é marcada por uma reflexão contínua sobre a temporalidade. Ele investiga como o tempo altera e transforma tanto estruturas físicas quanto simbólicas, abordando temas como a colonização e a ditadura militar no Brasil. Utilizando uma variedade de materiais e técnicas, o artista cria peças impactantes que provocam uma reflexão crítica sobre a história e a sociedade contemporânea.